top of page

Doom: The Dark Ages, o novo antigo Doom

  • Writer: Luunyn
    Luunyn
  • Jun 18
  • 3 min read

Doom: The Dark Ages é o mais novo título da franquia Doom, desenvolvido pela id Software, empresa de desenvolvimento de jogos sitiada no Texas, nos Estados Unidos da América. O novo título da franquia demonstra, antes de mais nada que as raízes serão mantidas a qualquer custo, Doom continuará sendo Doom, pelo menos por enquanto.


A obra propõe um Hack n’ Slash do estilo clássico, com diferentes inimigos sendo derrotados em poucos segundos e geralmente possuindo diferentes habilidades e mecânicas. A ideia é a mesma dos primeiros Dooms, a parte central da gameplay não foi alterada, apesar da adição de novas mecânicas ao longo dos anos e títulos da franquia. O novo título tenta não se distanciar do clássico apresentado, o problema é que ele se prende demasiadamente ao passado, principalmente no que se refere a HUD e a conceitos gerais.


Matar os diferentes demônios em diferentes fases enquanto uma história está sendo apresentada faz parte do que é considerado clássico e por isto foi mantido da mesma forma. A ideia em si não é ruim, apesar de ser um modelo que está sendo abandonado nos últimos tempos, o que é uma lástima pois apesar de simples, o modelo é bom e consistente. A sensação que a obra passa é de uma tentativa de inovação mas sem deixar as raízes de lado, o que acaba por limitar a criatividade demasiadamente. O jogador sente constantemente que o jogo por vezes fica chato, dado que a variedade dos inimigos é pequena e que a estratégia e armas utilizadas são repetitivas.


Doom: The Dark Ages serve para agradar o jogador que segue a franquia ao longos anos e títulos, a preocupação era apresentar algo novo mas que ainda manteasse a essência do “exército de um homem só” que luta contra uma horda de demônios ao som de um rock marcante. Logo, parte da proposta focou-se na clássica divisão de fases, conteúdos complecionistas para cada fase e uma competição contra o tempo em diferentes dificuldades. Para além da história base, que é relativamente fraca, resta o espaço para os speed runners fazerem o que eles mais gostam de fazer: competir entre si e consigo mesmo.

Doom The Dark Ages in-game

Em relação a dificuldade, que é um ponto importante neste tipo de obra, o jogo é relativamente fácil. Ele tem uma curva de aprendizado íngreme em um primeiro momento mas que se normaliza rapidamente após algumas fases jogadas. A curva atinge a estabilidade quando o jogador domina o momento certo de utilizar os bloqueios com o escudo e os momentos chaves de utilizar os ataques corpo-a-corpo. A dificuldade fica a cargo da quantidade de diferentes mecânicas que devem ser utilizadas simultaneamente para que o combate realmente se efetive, como o bloqueio, lançamento do escudo, tiros e ataques corpo-a-corpo.


As mudanças em relação ao bloqueio, golpes corpo-a-corpo, as diferentes armas e árvore de habilidades, são muito bem vindas, mas definitivamente não são o que prendem o jogador ao que está sendo apresentado. O que realmente impressiona o jogador, e que consequentemente são as mecânicas mais interessantes, é o Dragão e Mecha. Os dois proporcionam uma variação excelente a jogabilidade monótona. Apesar de terem poucas funcionalidades variadas, o que explica o fato de não serem explorados em larga escala.


Doom: The Dark Ages não deixa de ser interessante pelo seu modelo ou pelo o que foi apresentado, o problema está na falta de inovação verdadeira. Se prender tanto as raízes da franquia agrada o jogador de longo prazo mas desagrada aquele consumidor que espera ver algo diferente de uma empresa tão grande como a idSoftware. A franquia parece ter tomado a sua decisão, manter o que deu certo até agora. O problema disso é até quando isso terá espaço no mercado, principalmente considerando empresas AAA. A expectativa de mudanças significativas para reformular a franquia parece não estar nos planos da empresa. Dado este caminho, talvez uma remake de algum jogo anterior não seja uma novidade nos próximos anos.


Concluindo, Doom: The Dark Ages não surpreende, ele entrega o que era esperado de um jogo da franquia Doom. As novidades mecânicas são interessantes mas nada relevante o suficiente para retirar o suposto glamour da antiga proposta hack n’ slash. O jogo é divertido, e para por ai, não há nada de realmente incrível sendo apresentado ali, tudo é bom, mas nada excelente. A obra apresenta aquilo que muitos já esperavam: um Doom, e é exatamente isso que foi entregue. Doom continua sendo Doom pelos próximos anos, e dado os caminhos da franquia, parece que continuará assim para sempre. Se isso é ruim ou bom, fica a cargo do jogador que consome a obra decidir.

Comments


bottom of page